Será que sabemos o tanto que temos?
Sim, estou ufanista. E quem me conhece, sabe bem de minhas críticas e queixas sobre situações em nossa cidade. Mas, igual como deve ser em família, temos que resolver nossas diferenças em casa, mas mostrar que temos bons motivos para nos orgulhar do que temos e produzimos aqui. Vejam se concordam comigo...
Meu colega, Kris!
Krishnamurte Costa é o nome do meu antigo colega Kris! Nos tempos de colégio Santa Maria, nos digladiávamos em concursos de desenho, para ganhar uma bola de futebol, ou créditos em ficha na lancheria do colégio.
Para competir com o talento artístico de Kris – capaz de desenhar figuras humanas com perfeição insuperável –, só tinha como arma a criatividade, a ideia, porque se fosse pelo desenho, o Kris me deixava sempre na poeira!
Não por acaso, meu colega Kris virou Krishnamurte Costa, ilustrador, modelador, animador e um artista internacional. Integrando projetos como a franquia Transformers, trabalhando para estúdios hollywoodianos e outras esferas muito além fronteiras de nossa Santa Maria.
O Kris é o cara, fora da curva, um talento de babar! E nós, seus conterrâneos, será que sabemos disso e nos orgulhamos tanto quanto eu, do meu querido colega Kris?
História nossa, de dar orgulho
Quem anda passando por lá, já sabe do que estou falando. Nossa tão abandonada Gare, está mesmo voltando a vida.
Com um Distrito Criativo em torno dela, os projetos de revitalização saíram do papel e forma para a rua. Recuperando, arrumando, repaginando, revivendo um patrimônio de nossa cidade.
Se ninguém disse antes a frase, cunho aqui: “nosso passado, é nosso futuro!”. Trazer a memória da cidade, do centro histórico, de prédios “invisíveis”, mas cheios de histórias para nos contar, isso pode ressignificar uma parte da Economia de nossa cidade. E trazer tudo aquilo que todos querem e precisam: emprego, renda, orgulho!
Assim, ver o esforço em fazer esse sonho de muitos, virar realidade, agora só depende de mais umas “coisinhas”: que valorizemos o que está sendo feito; que nos apropriemos desses espaços; que sejamos os primeiros a cuidar e preservar.
Será que somos capazes?!
Frio na barriga
Alguém um dia me disse: “não existe ‘fazer algo realmente novo’, sem sentir ‘frio na barriga’”. E empreender nesses tempos, com as incertezas que vivemos, com a descrença em muitas instituições (que me perdoem os sérios, mas eles sabem bem que não falo nenhum absurdo), é, no mínimo, digno de nos taxarem de insanos.
O problema é que o chamado “empreendedor”, nasce com essa “comichão”. Que lhe tira o sono, com ideias “insanas”; que lhe incomoda os dias, lhe batucando no cérebro; e que lhe torna capaz de “sandices”; de correr riscos, com convicção de que é capaz de realizar.
Aqui mesmo, em nossa cidade, temos um bom punhado desses “doidos varridos”. E que dentro ou fora daqui, não vão descansar até aplacarem a “coceira” de empreender, empreendendo. Resta saber é, afinal, se o farão aqui, ou fora.
E a pergunta que resta é, seremos capazes de abraçá-los tão bem, quanto fazemos quando vem algum... “estrangeiro”? Rogo para que sim, torço para que sim, imploro para que sim! Pois isso pode ser um divisor de águas. E isso engloba todos nós.